Celular na escola: desafios e oportunidades para a educação das crianças e adolescentes

Em um mundo cada vez mais conectado, é inevitável que a tecnologia faça parte da nossa rotina e das nossas relações, inclusive no cotidiano das crianças e jovens. O celular, ferramenta poderosa de comunicação e acesso à informação, pode ser muito potente e um aliado promissor, mas também como um desafio a ser encarado com cuidado.

Na era digital, negar o uso do celular seria negar a realidade. O grande desafio está em ajudar as crianças e os jovens a criarem repertório para desenvolverem o discernimento necessário para fazer bom uso da tecnologia, algo que ainda está em construção.

Segundo a SaferNet, associação civil de direito privado sem fins lucrativos com foco na promoção e defesa dos Direitos Humanos na Internet no Brasil, existem alguns ‘sintomas’ que podem nos ajudar a identificar um uso excessivo e nocivo das telas?

• Sentir irritação e ansiedade quando não pode ficar conectado;
• Queda de notas e dificuldade de concentração na escola;
• Dormir menos e demorar para querer dormir;
• Sentir dificuldade em controlar, diminuir ou interromper o tempo que fica conectado.

Além disso, a Sociedade Brasileira de Pediatria alerta sobre o excesso de tempo nas telas e traz orientações sobre o que é saudável para cada faixa etária. São elas:

• Dos 2 aos 5 anos: até uma hora por dia;
• Dos 6 aos 10 anos: entre uma e duas horas por dia;
• Dos 11 aos 18 anos: entre duas e três horas por dia.

Diferentes estudos comprovam que o uso excessivo do celular pode prejudicar o aprendizado, a saúde mental e física dos estudantes. A distração constante, a ansiedade, a insônia e a depressão são alguns dos efeitos negativos apontados. 

Um estudo publicado pela revista Nature, identificou que o uso de redes sociais de 2 a 7 horas diárias, causou uma queda brutal de satisfação com a vida entre as meninas, levando a quadros graves de depressão. 

O pediatra Daniel Becker também faz um alerta importante: o uso desmedido de telas pode causar danos irreversíveis para o desenvolvimento das crianças. Transtornos de imagem corporal e o afastamento de relações afetivas com familiares e amigos são algumas das consequências do uso desregulado das redes sociais. 

Elaboramos um material para compartilhar com os estudantes nas unidades. Caso queira acessá-lo, clique aqui. 

Nesse contexto, a parceria entre família e escola é fundamental.

É muito importante conhecermos os riscos, malefícios e recursos que nos ajude a buscar soluções eficientes ao lidar com a tecnologia.

Nós, enquanto educadores, temos o papel de orientar e mediar o uso do celular em ambiente educacional, criando estratégias para que a tecnologia seja utilizada como ferramenta de aprendizado e não como um obstáculo, além de conscientizar as crianças e adolescentes sobre a importância de um uso responsável e seguro.

Estabelecer ‘contratos’ de uso de telas em casa com validade para todos, inclusive os adultos, pode ser um bom recurso! É importante que as crianças e adolescentes participem do processo e compreendam decisões e combinados estabelecidos com a família. 

Como é a relação com uso do celular no Anglo Alante?

Acreditamos que o celular pode ser um aliado valioso no processo de ensino e aprendizagem, desde que seu uso seja consciente e responsável. Por isso, optamos por restringir o uso de celulares para fins não pedagógicos em sala de aula.

Com essa medida, buscamos garantir um ambiente propício à concentração, à interação social e ao desenvolvimento de habilidades essenciais para a formação dos nossos alunos.

Acreditamos que, juntos, família e escola, podemos construir um caminho mais positivo e equilibrado para a relação das crianças e jovens com a tecnologia, preparando-os para os desafios e oportunidades do futuro.